9 de Setembro de 2023
Último dia do Thinking Football Summit contou com painel composto por Dolores Silva, Paulo Fontes, Rosalía Ortega Pradillo e com moderação a cargo de Sónia Carneiro
No derradeiro dia do Thinking Football Summit, voltaram a estar em debate temas relacionados com a área da Responsabilidade Social, nomeadamente com o painel “Luta Contra a Discriminação e Abuso no Desporto”.
Uma sessão que contou com os testemunhos de Dolores Silva (Jogadora do SC Braga), Paulo Fontes (Diretor para a Segurança em Eventos Desportivos na APCVD), Rosalía Ortega Pradillo (Advogada Desportiva) e com moderação de Sónia Carneiro (Ex-Diretora Executiva da Liga Portugal).
Com o foco colocado em explorar estratégias e desafios para combater a discriminação e o abuso no mundo desportivo, foram abordadas questões cruciais desde o racismo, discriminação de género, assédio e abuso, tendo sido partilhadas boas práticas e soluções para promover a igualdade e o respeito nos recintos desportivos, contribuindo assim para um desporto mais justo e ético. O caso que marcou o Mundial Feminino foi também um dos temas em cima da mesa.
E foi sobre esse prisma que Rosalía Ortega Pradillo abordou a recente polémica ligada à conquista do Mundial Feminino pela seleção espanhola, frisando a importância de existirem mecanismos de defesa legais. “É um assunto delicado. Acho que tudo é triste porque no final um acontecimento em que o Futebol Feminino devia brilhar acabou por ficar manchado por esse incidente. Quando falamos de abuso e discriminação temos mecanismos de defesa para ativar e essa é a boa notícia.” A advogada desportiva frisou que na sua opinião existe ainda muita discriminação de género, recorrendo a um exemplo que acontecia no Futebol Feminino deste país anteriormente. “Eu acho que ainda existe muita discriminação por género. Durante muitos anos em Espanha existia uma cláusula anti gravidez nos contratos, no Futebol Feminino”.
Já Dolores Silva, capitã da seleção nacional e do SC Braga, frisou o feito alcançado pela seleção espanhola, lamentando que a nível mediático tenha sido ofuscado por esta polémica. “É um tema muito sensível e acho que foi tirado o brilho à conquista alcançada pelas jogadoras espanholas. Elas orgulharam certamente todo um país que tem lutado imenso pela ascensão do Futebol Feminino. Para mim, enquanto jogadora é triste ver que o enfâse dado foi a esse incidente e não ao feito delas”. A jogadora da seleção nacional deixou ainda um importante repto para o futuro do Futebol Feminino em Portugal. “Acho que acima de tudo devemos continuar a valorizar o respeito mútuo. Essa é a base do ser humano e algo que devemos levar na nossa vida. A profissionalização do Futebol Feminino seria importante para proteger as jogadoras”.
Por sua vez, Paulo Fontes abordou questões legais ligadas ao combate ao racismo e xenofobia, com base na legislação da APCVD. “A lei 39/2009 que visa a segurança e combate ao racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos, sofreu uma alteração que entrará em vigor amanhã e habilita a trabalhar de forma mais específica, chamando a este processo a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Estamos agora mais bem habilitados a conhecer o fenómeno, para depois também podermos entrar na perspetiva preventiva. Outro pormenor relevante: mesmo neste momento, a lei permite aplicar penas acessórias ou medidas de coação previstas nesta lei”.
No derradeiro dia do Thinking Football Summit, voltaram a estar em debate temas relacionados com a área da Responsabilidade Social, nomeadamente com o painel “Luta Contra a Discriminação e Abuso no Desporto”.
Uma sessão que contou com os testemunhos de Dolores Silva (Jogadora do SC Braga), Paulo Fontes (Diretor para a Segurança em Eventos Desportivos na APCVD), Rosalía Ortega Pradillo (Advogada Desportiva) e com moderação de Sónia Carneiro (Ex-Diretora Executiva da Liga Portugal).
Com o foco colocado em explorar estratégias e desafios para combater a discriminação e o abuso no mundo desportivo, foram abordadas questões cruciais desde o racismo, discriminação de género, assédio e abuso, tendo sido partilhadas boas práticas e soluções para promover a igualdade e o respeito nos recintos desportivos, contribuindo assim para um desporto mais justo e ético. O caso que marcou o Mundial Feminino foi também um dos temas em cima da mesa.
E foi sobre esse prisma que Rosalía Ortega Pradillo abordou a recente polémica ligada à conquista do Mundial Feminino pela seleção espanhola, frisando a importância de existirem mecanismos de defesa legais. “É um assunto delicado. Acho que tudo é triste porque no final um acontecimento em que o Futebol Feminino devia brilhar acabou por ficar manchado por esse incidente. Quando falamos de abuso e discriminação temos mecanismos de defesa para ativar e essa é a boa notícia.” A advogada desportiva frisou que na sua opinião existe ainda muita discriminação de género, recorrendo a um exemplo que acontecia no Futebol Feminino deste país anteriormente. “Eu acho que ainda existe muita discriminação por género. Durante muitos anos em Espanha existia uma cláusula anti gravidez nos contratos, no Futebol Feminino”.
Já Dolores Silva, capitã da seleção nacional e do SC Braga, frisou o feito alcançado pela seleção espanhola, lamentando que a nível mediático tenha sido ofuscado por esta polémica. “É um tema muito sensível e acho que foi tirado o brilho à conquista alcançada pelas jogadoras espanholas. Elas orgulharam certamente todo um país que tem lutado imenso pela ascensão do Futebol Feminino. Para mim, enquanto jogadora é triste ver que o enfâse dado foi a esse incidente e não ao feito delas”. A jogadora da seleção nacional deixou ainda um importante repto para o futuro do Futebol Feminino em Portugal. “Acho que acima de tudo devemos continuar a valorizar o respeito mútuo. Essa é a base do ser humano e algo que devemos levar na nossa vida. A profissionalização do Futebol Feminino seria importante para proteger as jogadoras”.
Por sua vez, Paulo Fontes abordou questões legais ligadas ao combate ao racismo e xenofobia, com base na legislação da APCVD. “A lei 39/2009 que visa a segurança e combate ao racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos, sofreu uma alteração que entrará em vigor amanhã e habilita a trabalhar de forma mais específica, chamando a este processo a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Estamos agora mais bem habilitados a conhecer o fenómeno, para depois também podermos entrar na perspetiva preventiva. Outro pormenor relevante: mesmo neste momento, a lei permite aplicar penas acessórias ou medidas de coação previstas nesta lei”.