22 de Março de 2023


Fundação do Futebol marca presença no Ribatalks

Painel de luxo “Desporto Sustentável com…” contou também com a participação da UEFA e FC Porto

Luís Estrela, Coordenador da Fundação do Futebol – Liga Portugal, esteve presente, esta terça-feira, no Ribatalks, projeto que elege como objeto a abordagem de problemáticas com interesse educativo, que teve lugar no Colégio do Ribadouro, no Porto. A Responsabilidade Social e o cruzamento do Futebol (e o Desporto em geral) com as diversas áreas sustentáveis foram os temas abordados no “Desporto Sustentável com…”, painel que contou ainda com a presença de Hugo Viseu, Gestor de Responsabilidade Social da UEFA, e Teresa Santos, Gestora de Qualidade e Responsável de Sustentabilidade do FC Porto, numa conversa moderada por Henrique Correia, jornalista do Porto Canal.

“O objetivo da Fundação do Futebol – Liga Portugal é o de criar a ligação da Responsabilidade Social aos clubes. O auxílio no desenvolvimento de ações, assim como o dinamismo e a implementação de medidas, dentro das três vertentes existentes: ambiente, social e/ou económica”, defendeu o Coordenador da entidade criada em 2017, relembrando que “o Futebol vive muito da paixão. Fazer o casamento entre Futebol e Responsabilidade Social é muito desafiante, mas fácil de fazer acontecer. Os adeptos sentem os clubes como seus e, portanto, tudo aquilo que se possa fazer para melhorar aquilo que vemos com sentimento de pertença, é sempre bem aceite. Os clubes, os adeptos e também as estruturas estão cada vez mais atentos e ativos em preocupações, ações e ativações. A Fundação do Futebol tenta passar uma série de indicações base e de boas práticas, a fim de auxiliar os clubes que não têm tanta abrangência ou meios, de forma a aumentar as suas práticas e assim minimizar os seus impactos”, demonstrando alguns exemplos de boas práticas como foi o caso do Estoril Praia, que na presente temporada tem o equipamento principal da cor amarela, o secundário azul e o terceiro verde, as cores da reciclagem, ou até mesmo a ação de 100 árvores plantadas por cada golo marcado.

Luís Estrela prosseguiu, defendendo que a sustentabilidade e as questões e práticas de sustentabilidade partem das pessoas. “Tanto a Fundação do Futebol, como UEFA ou os clubes, têm de trabalhar para onde estão as pessoas. Naturalmente, é mais fácil que um público mais jovem seja incutido desde cedo a ter este tipo de práticas, embora seja também exequível com os adultos. Os clubes têm uma larga abrangência e a postura dos seus ativos, quer sejam jogadores, treinadores ou dirigentes, é essencial para amplificar estas ativações, sendo que o impacto nas pessoas será, naturalmente, maior”, relembrando o papel de Sérgio Conceição, que abordou, numa conferência de Imprensa, a campanha “Fome Zero”, que consistiu na recolha de alimentos e depois com a distribuição a ser feita pelos jogadores, dos diversos escalões do clube, tendo dado uma muito maior amplificação ao projeto, dinamizando a mesma.

Por fim, abordou ainda os diferentes tipos de ruído. “Há um trabalho de sensibilização, e até possivelmente de infraestruturas, para trabalhar este tipo de poluição. É importante eliminar o ruído, como as mensagens de ódio e de discriminação dos estádios, dando lugar e espaço aos cânticos dos adeptos pelos seus clubes, algo que sempre fez e deverá continuar a fazer parte do Futebol. E existem, também, outras iniciativas, entre elas a audiodescrição, um projeto para adeptos invisuais, que tem um relato mais sensorial, mais adjetivado e mais descritivo, em ambiente de estádio, de forma a auxiliar os invisuais a ter uma melhor e mais realista experiência do jogo”.

Já Hugo Viseu, que iniciou funções na UEFA em 2004, aquando da realização do Europeu de Futebol em Portugal, estando inicialmente ligado à bilhética da competição, é atualmente responsável por implementar políticas de sustentabilidade nos cerca de 20 eventos anuais do organismo, como por exemplo a Final da Liga dos Campeões, cada um com as suas diferentes especificidades. “É essencial trabalharmos com os diferentes clubes e organizações, como a Liga Portugal. Na UEFA, gerimos 55 diferentes Federações e umas estão mais alerta e ativas que outras. Um dos pontos em que temos preocupações é o do transporte dos adeptos, pois estamos conscientes e queremos, naturalmente, que as pessoas se desloquem aos jogos, mas, por outro lado, temos em atenção a pegada ecológica que daí advém. E, portanto, estamos a arranjar soluções, de forma a diminuir esse impacto. Por outro lado, fazemos uma análise a cada umas das cerca de 50 áreas que temos, para cada evento, a fim de conseguirmos perceber alternativas mais ecológicas em cada um das suas operações. Em qualquer uma das áreas, o ponto de partida é sempre medir. Medir e quantificar, se as alternativas que apresentamos são ou não mais rentáveis. Mas este é ainda o início da nossa caminhada, há um longo caminho a percorrer, mesmo para a UEFA, que é uma entidade com mais meios e recursos que muitas outras associações ou entidades. Estamos a tentar perceber as dimensões mais importantes nessas medições. A Sinalética Digital é um bom exemplo duma prática mais sustentável”.

O Gestor de Responsabilidade Social da UEFA tocou também na importância da comunicação em todo este processo. “A UEFA tem os seus próprios canais de comunicação. Nós tentamos utilizar o nosso impacto e a nossa larga escala para chegar ao maior número de pessoas possível. Vamos ter, por exemplo, uma campanha contra os abusos, onde há casos de jogadores que sofrem abusos por, por exemplo, falharem um golo. Os nossos canais são importantes para passar estas mensagens, mas também outros, como anúncios nos intervalos dos jogos ou nos placards eletrónicos. Nem sempre é fácil estar alinhado com a nossa comunicação que, nas redes sociais, comunicam mais frequentemente ou quase exclusivamente o Futebol puro e duro, mas é um caminho que vamos fazendo para conseguirmos também passar as mensagens nas redes sociais”.

Para Teresa Santos, “há cada vez mais clubes com práticas de Responsabilidade Social, muito graças também à Fundação do Futebol e à UEFA. Mas é importante que todos sigam o mesmo exemplo e apliquem mais e melhores medidas de sustentabilidade. No FC Porto, temos feito um estudo, num projeto com a Universidade de Pisa, onde temos medido o impacto da nossa pegada carbónica nas competições nacionais. O estudo abrange uma grande variedade de impactos, desde os adubos utilizados no relvado, até à deslocação dos adeptos”, sendo este o ponto de partida para depois se perceber como atacar os aspetos mais problemáticos e posteriormente eliminá-los ou, pelo menos, diminuir o seus impactos. “Outro ponto no qual temos cuidados é, por exemplo, na identificação de hotéis. Tentamos escolher hotéis com preocupações ambientais, como por exemplo na utilização da água, das toalhas, na climatização dos espaços, entre outros aspetos, aquando das deslocações das nossas equipas”.

Este é um trabalho que é levado a cabo desde o plantel principal até às camadas jovens, mas também de forma interna, dentro dos diversos departamentos da estrutura. “Os jovens estão cada vez mais interessados nos temas. Temos muitas atividades, ligadas à vertente social ambiental, quer na Dragon Force, quer nas equipas jovens do FC Porto. E incutimos práticas, quer para os treinos, quer para o dia-a-dia, de todos os atletas do clube”, defendendo que “as redes sociais são uma grande ajuda”. “Utilizamos as partes boas das redes sociais e passamos a mensagem e as ações que fazemos. Porque se fizermos as ações, mas não as comunicarmos, serão muito menos as pessoas que vão ter acesso às mesmas e, por isso, o impacto será menor”. Também a nível interno, os colaboradores são incentivados a praticarem ações responsáveis, que são também muito importantes na mensagem que o clube passa, concluiu a Gestora de Qualidade e Responsável de Sustentabilidade do FC Porto.

Nunca é demais relembrar e evidenciar a importância da Responsabilidade Social, tema cada vez mais central do nosso dia-a-dia, na tentativa de tornarmos o mundo num local menos poluidor e, por sua vez, mais limpo, garantindo melhores condições e melhor qualidade de vida, tanto para as gerações atuais, como para as futuras.



22 de Março de 2023


Fundação do Futebol marca presença no Ribatalks

Painel de luxo “Desporto Sustentável com…” contou também com a participação da UEFA e FC Porto

Luís Estrela, Coordenador da Fundação do Futebol – Liga Portugal, esteve presente, esta terça-feira, no Ribatalks, projeto que elege como objeto a abordagem de problemáticas com interesse educativo, que teve lugar no Colégio do Ribadouro, no Porto. A Responsabilidade Social e o cruzamento do Futebol (e o Desporto em geral) com as diversas áreas sustentáveis foram os temas abordados no “Desporto Sustentável com…”, painel que contou ainda com a presença de Hugo Viseu, Gestor de Responsabilidade Social da UEFA, e Teresa Santos, Gestora de Qualidade e Responsável de Sustentabilidade do FC Porto, numa conversa moderada por Henrique Correia, jornalista do Porto Canal.

“O objetivo da Fundação do Futebol – Liga Portugal é o de criar a ligação da Responsabilidade Social aos clubes. O auxílio no desenvolvimento de ações, assim como o dinamismo e a implementação de medidas, dentro das três vertentes existentes: ambiente, social e/ou económica”, defendeu o Coordenador da entidade criada em 2017, relembrando que “o Futebol vive muito da paixão. Fazer o casamento entre Futebol e Responsabilidade Social é muito desafiante, mas fácil de fazer acontecer. Os adeptos sentem os clubes como seus e, portanto, tudo aquilo que se possa fazer para melhorar aquilo que vemos com sentimento de pertença, é sempre bem aceite. Os clubes, os adeptos e também as estruturas estão cada vez mais atentos e ativos em preocupações, ações e ativações. A Fundação do Futebol tenta passar uma série de indicações base e de boas práticas, a fim de auxiliar os clubes que não têm tanta abrangência ou meios, de forma a aumentar as suas práticas e assim minimizar os seus impactos”, demonstrando alguns exemplos de boas práticas como foi o caso do Estoril Praia, que na presente temporada tem o equipamento principal da cor amarela, o secundário azul e o terceiro verde, as cores da reciclagem, ou até mesmo a ação de 100 árvores plantadas por cada golo marcado.

Luís Estrela prosseguiu, defendendo que a sustentabilidade e as questões e práticas de sustentabilidade partem das pessoas. “Tanto a Fundação do Futebol, como UEFA ou os clubes, têm de trabalhar para onde estão as pessoas. Naturalmente, é mais fácil que um público mais jovem seja incutido desde cedo a ter este tipo de práticas, embora seja também exequível com os adultos. Os clubes têm uma larga abrangência e a postura dos seus ativos, quer sejam jogadores, treinadores ou dirigentes, é essencial para amplificar estas ativações, sendo que o impacto nas pessoas será, naturalmente, maior”, relembrando o papel de Sérgio Conceição, que abordou, numa conferência de Imprensa, a campanha “Fome Zero”, que consistiu na recolha de alimentos e depois com a distribuição a ser feita pelos jogadores, dos diversos escalões do clube, tendo dado uma muito maior amplificação ao projeto, dinamizando a mesma.

Por fim, abordou ainda os diferentes tipos de ruído. “Há um trabalho de sensibilização, e até possivelmente de infraestruturas, para trabalhar este tipo de poluição. É importante eliminar o ruído, como as mensagens de ódio e de discriminação dos estádios, dando lugar e espaço aos cânticos dos adeptos pelos seus clubes, algo que sempre fez e deverá continuar a fazer parte do Futebol. E existem, também, outras iniciativas, entre elas a audiodescrição, um projeto para adeptos invisuais, que tem um relato mais sensorial, mais adjetivado e mais descritivo, em ambiente de estádio, de forma a auxiliar os invisuais a ter uma melhor e mais realista experiência do jogo”.

Já Hugo Viseu, que iniciou funções na UEFA em 2004, aquando da realização do Europeu de Futebol em Portugal, estando inicialmente ligado à bilhética da competição, é atualmente responsável por implementar políticas de sustentabilidade nos cerca de 20 eventos anuais do organismo, como por exemplo a Final da Liga dos Campeões, cada um com as suas diferentes especificidades. “É essencial trabalharmos com os diferentes clubes e organizações, como a Liga Portugal. Na UEFA, gerimos 55 diferentes Federações e umas estão mais alerta e ativas que outras. Um dos pontos em que temos preocupações é o do transporte dos adeptos, pois estamos conscientes e queremos, naturalmente, que as pessoas se desloquem aos jogos, mas, por outro lado, temos em atenção a pegada ecológica que daí advém. E, portanto, estamos a arranjar soluções, de forma a diminuir esse impacto. Por outro lado, fazemos uma análise a cada umas das cerca de 50 áreas que temos, para cada evento, a fim de conseguirmos perceber alternativas mais ecológicas em cada um das suas operações. Em qualquer uma das áreas, o ponto de partida é sempre medir. Medir e quantificar, se as alternativas que apresentamos são ou não mais rentáveis. Mas este é ainda o início da nossa caminhada, há um longo caminho a percorrer, mesmo para a UEFA, que é uma entidade com mais meios e recursos que muitas outras associações ou entidades. Estamos a tentar perceber as dimensões mais importantes nessas medições. A Sinalética Digital é um bom exemplo duma prática mais sustentável”.

O Gestor de Responsabilidade Social da UEFA tocou também na importância da comunicação em todo este processo. “A UEFA tem os seus próprios canais de comunicação. Nós tentamos utilizar o nosso impacto e a nossa larga escala para chegar ao maior número de pessoas possível. Vamos ter, por exemplo, uma campanha contra os abusos, onde há casos de jogadores que sofrem abusos por, por exemplo, falharem um golo. Os nossos canais são importantes para passar estas mensagens, mas também outros, como anúncios nos intervalos dos jogos ou nos placards eletrónicos. Nem sempre é fácil estar alinhado com a nossa comunicação que, nas redes sociais, comunicam mais frequentemente ou quase exclusivamente o Futebol puro e duro, mas é um caminho que vamos fazendo para conseguirmos também passar as mensagens nas redes sociais”.

Para Teresa Santos, “há cada vez mais clubes com práticas de Responsabilidade Social, muito graças também à Fundação do Futebol e à UEFA. Mas é importante que todos sigam o mesmo exemplo e apliquem mais e melhores medidas de sustentabilidade. No FC Porto, temos feito um estudo, num projeto com a Universidade de Pisa, onde temos medido o impacto da nossa pegada carbónica nas competições nacionais. O estudo abrange uma grande variedade de impactos, desde os adubos utilizados no relvado, até à deslocação dos adeptos”, sendo este o ponto de partida para depois se perceber como atacar os aspetos mais problemáticos e posteriormente eliminá-los ou, pelo menos, diminuir o seus impactos. “Outro ponto no qual temos cuidados é, por exemplo, na identificação de hotéis. Tentamos escolher hotéis com preocupações ambientais, como por exemplo na utilização da água, das toalhas, na climatização dos espaços, entre outros aspetos, aquando das deslocações das nossas equipas”.

Este é um trabalho que é levado a cabo desde o plantel principal até às camadas jovens, mas também de forma interna, dentro dos diversos departamentos da estrutura. “Os jovens estão cada vez mais interessados nos temas. Temos muitas atividades, ligadas à vertente social ambiental, quer na Dragon Force, quer nas equipas jovens do FC Porto. E incutimos práticas, quer para os treinos, quer para o dia-a-dia, de todos os atletas do clube”, defendendo que “as redes sociais são uma grande ajuda”. “Utilizamos as partes boas das redes sociais e passamos a mensagem e as ações que fazemos. Porque se fizermos as ações, mas não as comunicarmos, serão muito menos as pessoas que vão ter acesso às mesmas e, por isso, o impacto será menor”. Também a nível interno, os colaboradores são incentivados a praticarem ações responsáveis, que são também muito importantes na mensagem que o clube passa, concluiu a Gestora de Qualidade e Responsável de Sustentabilidade do FC Porto.

Nunca é demais relembrar e evidenciar a importância da Responsabilidade Social, tema cada vez mais central do nosso dia-a-dia, na tentativa de tornarmos o mundo num local menos poluidor e, por sua vez, mais limpo, garantindo melhores condições e melhor qualidade de vida, tanto para as gerações atuais, como para as futuras.


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